segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Freio curto - O seu Bebé tem dificuldade em mamar?


O seu Bebé tem dificuldade em mamar? 
O seu Bebé pode ter um freio Curto...

Por baixo da língua encontramos uma estrutura fibrosa, o freio. Todos possuímos esse freio no entanto, há bebés que nascem com esse freio um pouco curto (anquiloglossia).

Como detetar que o freio da língua do seu bebé é excessivamente curto?
  • O Bebé pode engordar bem e por volta dos 2/3 meses não conseguir engordar
  • O Bebé ao mamar pode realizar pequenos estalidos com a língua 
  • Bebés que ficam muito zangados na mama, choram e recusam a mama
  • Ponta da língua em forma de coração e não arredondada
  • O bebé quando chora a língua fica embaixo
  • Dor e trauma mamilar que não se resolve
  • Dificuldade do Bebé em ganhar peso
  • Engasgos e soluços frequentes
  • Cólicas e gases

Um freio curto pode limitar os movimentos da língua e levar a dificuldades na amamentação. A língua deve ultrapassar o maxilar inferior quando o bebé mama. Se o bebé nasceu com o freio da língua curto, a produção de leite excessiva por parte da mãe nos primeiros meses pode compensar esta língua presa e o bebé continua a engordar, no entanto, por volta dos 2/3m a produção de leite começa a estabilizar. Deixa de existir a compensação de excesso de leite, e uma língua que não desempenha o seu trabalho na sua plenitude, vai levar o bebé a ficar mais zangado na mama e a não retirar todo o leite que necessita, para se saciar e para engordar para além de poder provocar dor e lesão mamilar. É fundamental procurar ajuda especializada, tanto pela questão da amamentação como pelas razões estruturais que podem estar comprometidas. Funções como a respiração, a mastigação, a fala, a limpeza da boca podem ficar afetadas.  Há um consenso entre os autores sobre os efeitos negativos das alterações anatómicas e funcionais de um freio curto no crescimento e desenvolvimento craniofacial. A língua está diretamente ligada ao osso hioide e tem conexões com todo o corpo através do sistema fascial. Uma língua com mobilidade restrita pode colocar tensão nas fáscias anteriores e estar na origem de dores e alterações posturais que levam a uma ampla variedade de problemas orofaciais. 

Um freio lingual curto altera a posição da língua e da mandíbula. A língua, ao se colocar numa posição mais caída na faringe em repousa pela presença de um freio curto, irá alterar a deglutição do bebé. A língua do bebé irá apresentar dificuldades em se projetar, lateralizar e mais importante elevar a ponta ou o
corpo da língua. Para deglutirmos eficazmente, a língua deve se posicionar a nível superior, sobre o palato duro, e realizar um movimento ondulado que faça avançar o conteúdo que se encontra na boca. Esse movimento deve ser realizado de forma síncrona com o movimento do osso hioide. Essa dificuldade em deglutir eficazmente vai fazer com que os bebés alterem a sua postura e possam desenvolver uma classe II ou III de Angel. Tanto na classe II como na classe III a posição da cervical fica alterada e a postura do bebé comprometida. Essas alterações posturais poderão provocar ainda alterações gastro intestinais, como refluxo, pela presença de tensões nas fasciais anteriores. 

O freio pode ser cortado por um profissional de saúde com experiência e de preferência, com formação específica em amamentação sendo um procedimento simples e praticamente indolor nos primeiros meses de vida. Adiar o corte do freio pode comprometer a amamentação, culminar num desmame precoce e até numa cirurgia (o corte do freio a partir dos 3/4m terá que ser num bloco operatório). Antes disso, é feito em ambiente de consultório sem necessidade de anestesia em que o bebé pode mamar mal termine o procedimento. As mamadas podem melhorar imediatamente ou não, o bebé não está habituado a ter tanta mobilidade de língua e precisa de voltar a aprender a mamar. Para isso é importante que sejam efetuados ensinos aos pais sobre exercícios pós-frenectomia. Estudos demonstram que realizar tratamentos de osteopatia pediátrica, recorrendo a técnicas miofasciais e cranianas, é recomendado em bebés sujeitos a uma frenectomia.


 

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