domingo, 20 de fevereiro de 2022

O seu Bebé nasceu por ventosa, e agora?




Em Portugal são muito comuns os nascimentos onde se recorre à ajuda de uma ventosa. A ventosa é um dispositivo que se coloca na cabeça do Bebé durante a descida do mesmo pelo canal de parto ou mesmo durante uma cesariana. O dispositivo cria um vácuo que permite aos profissionais de saúde tracionar e orientar os movimentos do Bebé.

Embora o seu uso em muitos casos seja necessário, a sua aplicação provoca grandes deformações na cabeça dos recém-nascidos. Após 72 horas, a cabecinha do recém-nascido deverá voltar à sua forma “normal”, caso isso não aconteça, uma visita a um osteopata com experiência em pediatria torna-se necessária.
Permitir um crescimento assimétrico do crânio do Bebé é aumentar o risco de desenvolver uma plagiocefalia, potenciar problemas relacionados com a amamentação e dificultar um bom desenvolvimento neuropsicomotor.

Bons hábitos na hora do pote





A partir dos 2 anos e meio, a criança pode começar a manifestar vontade de usar o pote. A forma como vai usar o pote, a sua perceção de bexiga cheia e os seus hábitos miccionais vão definir a forma como a criança se relaciona com o seu corpo, a sua bexiga e a comunidade.
Como ensinar corretamente?
  • Dar um bom exemplo é sem dúvida o primeiro passo! O adulto deverá utilizar a sanita de forma correta, se posicionar corretamente e respeitar a sua vontade miccional.
  • Escolha um pote que permita à criança estar sentado de forma confortável com as costas direitas, os pés bem apoiados no chão e os joelhos à altura do umbigo do pequeno ou mais alto um pouco (meninas e meninos!!!)
  • Não pedir para fazer força para o xixi sair!!! A urina deve sair sem que a criança use os músculos da barriga para pressionar a bexiga e, quando se pede para fazer força, as crianças criam o hábito de miccionar de forma hiperpressiva usando os músculos da barriga.
  • Não interromper o jato urinário da criança!!! Quando a criança começa a urinar a tendência é os pais ficarem felizes, baterem palmas desconcentrando a criança. Vamos festejar sim, mas no final. É importante permitir que a urina saia de forma contínua, sem interrupções permitindo à bexiga se esvaziar completamente.
  • No final de urinar não pedir para fazer uma “forcinha final”!!! Urinar deve ser feita sem pressão adicional.
  • Limpar no final, sem fazer o papel deslizar, apenas absorvendo a gotinhas que ficaram e nunca limpar de trás para a frente (limpar de trás para a frente é arrastar bactérias que se encontram a nível do ânus e aumentar a probabilidade de uma infeção urinária)
  • Festejar no final e felicitar!!! Bater palmas, cantar, dançar e dar um reforço positivo!!!
  • Não promover a “urgência urinária”. Estar constantemente a perguntar à criança se quer fazer xixi, pressionar no momento de sair de casa para fazer xixi, é não permitir à criança perceber quando é que a sua bexiga está cheia.
  • Beber muita água. Uma criança deve ir bebendo água ao longo do dia, nada de diminuir a ingestão de água para diminuir as idas ao wc.
  • Transportar o pote para todo lado! Para um adulto, pode ser difícil usar o wc que não seja o dele, mais difícil será para uma criança.
  • Promover um momento tranquilo na hora de ir ao pote. Vão ser muitas idas ao pote ao longo do dia, torne esse momento um momento agradável para todos.
Em caso de dificuldade, lembre-se que é apenas uma criança, que a sua bexiga pode precisar de mais tempo para crescer e que se considera normal até aos 7 anos ocorrerem pequenos “imprevistos”.

O seu Bebé tem uma braquiocefalia?



A braquiocefalia corresponde a um aplanamento da zona posterior do crânio. Alguns Bebés já nascem com esse aplanamento, outros podem-no adquirir. Apesar de muito desvalorizada por alguns profissionais, a braquiocefalia traz consigo certas complicações que podem promover o aparecimento de determinadas patologias na vida adulta: problemas na articulação temporomandibular, cervicalgias, alterações posturais e potenciar o aparecimento de um Arnold Chiari.

Desconhece-se a sua causa, no entanto acredita-se que, fatores genéticos, o posicionamento do bebé na barriga da mãe, o parto e o posicionamento incorreto do Bebé após o nascimento podem estar na origem da braquiocefalia. Um Bebé que nasce com a zona posterior da cabeça plana, será um Bebé que tendencialmente permanece deitado de barriga para cima sem rodar a cabeça para um dos lados (relembramos que os bebés devem dormir de barriga para cima e com a cabeça rodada para um lado de modo a diminuir o risco de morte súbita). Esse contacto sobre a zona plana irá aumentar a deformação, tornando o pescoço do Bebé mais rígido.
O que fazer:
• Consulte o pediatra do seu Bebé
• Consulte um osteopata com experiência em pediatria
• Use uma almofada para braquiocefalia
• Promova a posição de barriga para baixa durante as brincadeiras ao longo do dia (tummy time)
• Diminua ao mínimo necessário o tempo na Babycoque
• Recorra ao babywearing como meio de transporte
• Evite o uso de espreguiçadeiras e outros acessórios rígidos que contactem diretamente sobre a zona plana da cabeça do Bebé
• Sempre que estiverem com o Bebé ao colo, evite o contacto com a zona plana.

sábado, 19 de fevereiro de 2022

O seu Bebé assusta-se com facilidade? 





Existe um reflexo primitivo, o reflexo de Moro, que simula o que nós adultos sentimos quando nos assustamos ou quando estamos deitados a dormir e temos a sensação de que vamos cair. No Bebé, o reflexo de Moro é desencadeado em situações de maior insegurança, como é o caso de um ruído forte ou quando o Bebé é movimentado abruptamente.  Quando desencadeado, o Bebé vai-se esticar e esticar os braços como se tentasse agarrar a alguma coisa e chora. Esse reflexo é sinal de saúde e é interpretado como um bom indicador de que o sistema nervoso do Bebé se está a desenvolver corretamente. Conforme o Bebé vai crescendo, esse reflexo vai desaparecendo à medida que ganha controlo da cervical e do tronco.

Alguns Bebés que apresentam uma postura em extensão, isto é, “Bebés muito esticados”, podem apresentar esse reflexo exacerbado. Promover uma posição em flexão, promover a posição de barriga para baixo, realizar alguns exercícios de flexibilização da coluna e procurar ajuda de um osteopata com experiência em pediatria, podem ser a solução para ajudar o seu Bebé a não “assustar-se” com tanta facilidade.

Suporte de chupeta, sim ou não?





Existe uma grande variedade de suportes de chupetas, uns mais bonitos do que outros, uns mais práticos do que outros, uns mais leves do que outros. Quais os melhores, quando se podem usar e porque se usam?

 

suporte para chupetas facilita a vida aos pais impedindo que a chupeta caia ou se perca, no entanto saiba que...não recomendamos que sejam usados a partir dos 6 meses!  

 

A partir dos 6 meses, os Bebés iniciam a sua alimentação complementar e a necessidade de sucção não nutritiva diminui. Este será o primeiro momento que convidamos os pais a diminuir o tempo do Bebé com a chupeta.

 

Porque não aconselhamos o uso de suporte de chupetas a partir dessa idade?

 

Por volta dos 6 meses o Bebé consegue se manter sentado com o mínimo de apoio. Agora com o Bebé na vertical, o suporte para chupetas irá funcionar como um pêndulo que traciona a chupeta empurrando-a contra o maxilar superior e o palato, potenciando ainda mais a deformação da cavidade oral do Bebé. Quanto mais pesado o suporte de chupeta, mais força sobre a chupeta esse realizará.  Caso considere que o seu Bebé ainda precise da sua chupeta por mais uns tempos por longos períodos opte por um suporte mais leve e vão procurando algumas alternativas ao uso da chupeta para confortar o seu Bebé.  

sábado, 11 de dezembro de 2021

 O Bebé pode ter dores de cabeça?



Há uma certa tendência em considerar que os Bebés nascem e só têm dores de barriga. Da mesma forma que podem ter dores de barriga porque têm uma barriga também podem ter cefaleias (dores de cabeça) pelo simples facto de terem um cabeça.

De que forma o seu Bebé pode lhe dizer, através de gestos, que tem dores de cabeça? 
• Levando as mãos à cabeça e arranhando o rosto 
• Pedindo frequentemente a mama 
• Chorando com o choro difícil de consolar  
• Estando frequentemente num estado irritável  
• Quando o Bebé não está a chorar pode apresentar uma cara de zangadinho (franzir o sobrolho) 

Outros sinais que nos podem indicar que o Bebé pode sofrer de cefaleias é ele apresentar uma cabecinha irregular. A presença de zonas mais altas, uma cabeça assimétrica, um rosto que facilmente fica vermelho, um olhar sério podem ser sinais de dores de cabeça. 

Partos complicados, instrumentados ou muito longos podem estar na origem de tensões intracranianas que podem provocar dores de cabeça no seu Bebé. 

O que fazer? 
• Procure ajuda de um osteopata com experiência em pediatria  
• Oferece a mama ao seu Bebé pois a sucção ajuda a diminuir as tensões intracranianas 
• Caso a amamentação esteja totalmente estabelecida, ofereça a chupeta.  
• Procure arejar a divisão da casa onde vai estar o Bebé 
• Procure estratégias que deixem o seu bebé mais relaxado (swaddle, Babywearing, contacto pele com pele, música suave, procure não expor o bebé a luzes muito fortes, recorrer à bola de pilates como meio de embalo, imersão em água quentinha...)



O seu Bebé sofre com otites de repetição?




Os bebés apresentam uma predisposição para o aparecimento de otites. O nariz e as orelhas do seu bebé encontram-se ligado por um canal, a trompa de Eustáquio. Essa trompa nos bebés é mais horizontal, mais estreita e mais curta que no adulto, o que favorece a acumulação de secreções e resíduos. A existência de uma predisposição não nos vem dizer que é normal as crianças sofrerem de otites, vem sim dizer que basta haver pequenas alterações estruturais, funcionais e hábitos errados para que a otite surja.

O ouvido do Bebé encontra-se localizado numa estrutura óssea, o osso temporal. Essa estrutura pode facilmente sofrer compressão, tração e pequenas lesões durante o trabalho de parto. Tensões membranosas anormais nessa região podem dificultar a drenagem do ouvido do seu Bebé. 

O próprio nariz do Bebé pode sofre pequenas lesões durante a sua vida intrauterina e parto. Vias aéreas mais “estreitas” dificultam a limpeza do nariz dos mais pequenos.
Outras estruturas, como a clavícula, a cervical e a mandíbula, em caso de alteração de mobilidade, podem dificultar de forma indireta a drenagem do ouvido dos pequenotes. 

Para se evitar o aparecimento de otites de repetição é fundamental uma boa função do ouvido, do nariz e das estruturas envolventes, no entanto outras disfunções devem ser equacionadas como: alterações da deglutição, refluxo e alergias. 

O que fazer? 
• Procure ajuda de um osteopata com experiência em pediatria. Este irá ajudar o seu bebé a melhor a função do nariz e ouvido e ajudar na drenagem da trompa de Eustáquio 
• Despistar alergias com o pediatra do seu Bebé  
• Não oferecer o biberão com o bebé deitado 
• Efetuar uma correta higiene nasal do Bebé 
• Evitar oferecer a chupeta ao bebé 
• Caso o Bebé tenha refluxo, seguir todas as recomendações para evitar o refluxo. 
• Procure não fumar perto do seu Bebé ou estar com este imediatamente depois de fumar.  
• Adeque a roupa do seu Bebé à temperatura ambiente. 


O seu Bebé nasceu por ventosa, e agora? Em Portugal são muito comuns os nascimentos onde se recorre à ajuda de uma ventosa. A ventosa é um d...